sexta-feira, 24 de abril de 2009

um sonho desfeito


Macedo Vieira está prestes a concretizar dois sonhos que ele, de forma inglória, tentou explicar aos poveiros no já famoso comício de apresentação da sua candidatura em 1993 quando, devido à constante interferência de Avelino do Monte e Luís Filipe Menezes, associado a uma nortada incomodativa, não conseguiu articular uma palavra.

Poveiros como Tony Vieira conseguiram entender o que Macedo Vieira pretendia para a cidade e, é obrigatório tornar público, o homem está a conseguir concretizar esses dois sonhos. Digamos que a 90%, como diria o moço de recados.

Um dos sonhos era retirar os automóveis da superfície da cidade e enfiá-los todos debaixo da terra. Na época, devido talvez ao desconhecimento dos dossiers camarários, Macedo Vieira afirmou, aos microfones em péssimo estado de funcionamento, que estava já a estudar a localização do túnel, servindo-se para esse efeito das técnicas de “rasganço” que tinha adquirido, por experiência, no ramo da cirurgia.

Várias hipóteses foram estudadas, várias tentativas goradas, várias propostas defraudadas, mas sempre Macedo Vieira lutou com galhardia para, de uma vez por todas, fazer aquilo que muitos haviam tentado e não tinham conseguido: limpar a cidade de automóveis.

A ideia era aparentemente simples: sem automóveis a cidade não precisaria de transportes públicos. Os automobilistas guardavam o seu carrinho e depois percorriam as ruas a pé, num salutar passeio anti-colesterol.

E aqui é que surge o segundo sonho de Macedo Vieira: tornar a cidade da Póvoa de Varzim um centro histórico igual a tantas cidades de Espanha e de Itália.

Casinhas construídas há 40, 50 ou 60 anos, todas arrumadinhas, ruas e passeios tratados, iluminação própria de cada uma das épocas, vigilância policial não ostensiva usando-se o método da “farda civil”, esplanadas como extensão de cafés e restaurantes de excelente qualidade, ausência de ruído.

Porém, Macedo Vieira cedo se apercebeu que o segundo sonho era impossível de ser realizado.

Tal como disse o Luizito do Comércio, as torres construídas por Manuel Vaz impossibilitavam-no de prosseguir os seus objectivos. Mas ele lavou a cara à cidade. Isso lavou. Ninguém pode dizer o contrário. Só que mandou a sujidade para o mar e isso tornou-o um porco, aos olhos dos turistas estrangeiros que receberam o kit do Legionela por alturas da Páscoa.

Esteve para desistir. Mas o aparecimento do João do Marinheiro que acabou por entrar para a sociedade da família e, dessa forma, colaborar nas sucessivas alterações ao PDM, deram-lhe um novo alento nunca antes visto.

Nunca esqueceu, porém, o sonho, e no último jantar da Matriz uma luz se lhe iluminou.

O velho comparsa de copos e férias, o Cão Cela, deu-lhe a ideia: Zé, fazes aqui na Matriz um centro histórico.

Ei Cão. É o meu sonho de menino.

Vês. Começas aqui pela minha casa e acabas na do Fé Neca.

Macedo Vieira logo veio para as rádios e jornais transmitir a sua nova ideia.

Do primeiro sonho já todos os poveiros se aperceberam que se trata de uma magnífica ideia, só ao alcance dos génios… …do mal.

Após solicitação de uma empresa ligada à construção de superfícies comerciais, Macedo Vieira, em conjugação de esforços com os Montes que recebem obras da autarquia mas vão apoiar o Rio Ave, apenas porque o Lopenhos de Castro não lhes entregou o negócio do estádio (poveiros do caralho!), logo encontrou o espaço para a construção do tal túnel na Avenida Mouzinho de Albuquerque.

E quando todos o criticaram por esta aventura, aí está a sua concretização, daqui a um mês, com tudo por acabar, com obras em edifícios a iniciar, com passeios partidos, com ruas esburacadas, com taipais a impedir a circulação das pessoas, com assaltos de 15 em 15 dias, com a transformação dos passeios em pistas de skates, com os relvados cheios de merda de cão, sem árvores, com uma arquitectura digna de uma cidade como Bagdad, com veículos a circular em excesso de velocidade, sem lombas protectoras, com uns candeeiros roubados ao estádio do Varzim.

Enfim! Um sonho desfeito.

Macedo Vieira já afirmou que a Póvoa de Varzim não terá outro Presidente da Câmara como ele, nos próximos 50 anos.

Felizmente, alguém disse.
O povoaonline conseguiu, em mais um feito só ao nível dos melhores do mundo, a foto da inauguração de 29 de Junho próximo. Ora veja leitor:

cheio de sono










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