segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

garrafão de vinho?


Quem fala?

É o Magala. Onde estás pá?

Tou no Paulino a ser julgado na Praça Pública.

Tás mas é bêbado, vai-te kilhar.

Antão tu num foste à homenagem ao Sá Carneiro?

Num pude. Estou cum pigarro na garganta, de forma que precisei de vir cá matar o bicho. Tu foste?

Num fui, porque aquilo num dá tacho. Até logo que está aí o Tinho Trinca Espinhas que organizou aquilo com o Rojão.

Estás a precisar de vinho?

Não. Ainda tenho o último garrafão que trouxeste. Tchau Garrafão de Vinho.

Antão Tinho? Que tal correu a homenagem?

Chorei pra caramba.

Num digas!

Digo. Com o frio que estava até me vieram as lágrimas.

O Rambo apareceu?

No meio daquela gente toda nem deu pra reparar.

Ai estava muita gente?

Estava.

E foste tu que organizaste?

Fui eu e o Rojão.

Boa ideia. Como é que te foste lembrar dessa ideia?

Toda a minha carreira política como professor devo-a a Sá Carneiro.

Estás-me a chamar Sá Carneiro?

Não, não.

E antão? Conta lá como foi.

Estavam centenas de pessoas como podes ver na foto.

É muita malta, sem dúvida. Como é que conseguiste?

O Rojão levou o pessoal da JSD mais dois ou três gatos pingados.

Discursaste?

Discursei de improviso.

Num digas! Espectacular. Como é que conseguiste?

Foi fácil. Decorei como fazia na escola.

Ai sim. E o que disseste?

Foi assim:

“Sá Carneiro legou-nos um partido inquieto, cheio de seriedade e de serviço a uma causa com o objectivo de alcançar algo para a sociedade, e por isso não me conformo com o rumo que Portugal está a levar.”

Foi isso?

Foi.

Num percebi nada. E que mais?

O Rojão também discursou.

E o que disse esse moço? Bom moço, num é?

Ele disse que Sá Carneiro é um homem do Estado, com uma visão do Estado que era só dele. Não confundia a floresta com as árvores e vice-versa e que era portador de uma cultura que nunca chegou a entregar, porque o carteiro nunca mais apareceu. Mas tinha uma ideia clara para Portugal.

Muito bem esse Rojão.

Agora traduz o que ele disse que hoje estou muito cansadinho.

Sem comentários: