terça-feira, 24 de março de 2009

correntes d'escritas relatório e contas


Poveiros de todo o mundo cultural e científico!
É a vós que agora me dirijo, em directo da Câmara da Póvoa, onde me encontro para juntamente com Tino, o vereador com o pelouro da Cultura, vos fazer um relatório e contas do nhonho Correntes d’Escritas, um encontro de escritores no desemprego.
Tino estás triste, meu?
Estou Buenos. Sinto-me triste, revoltado e ofendido.
Toma uma gasosa que isso passa-te. Se Deus quiser. Deus me livre que ele está sempre triste.
Conta aqui aos poveiros como foi esse nhonho Correntes d’Escritas? Atira-te a eles sem medo, meu menino. Diz o que te vai na alma.
Num foi o nhonho, foi o nono.
E num é a mesma coisa?
Por favor Buenos. Até me confundes todo.
Prontos. Conta lá.


Este nono Correntes d’Escritas, é preciso que os poveiros saibam, foi um sucesso absoluto. Como eu disse ao Pedro:
Quem é esse Pedro?
É um amigo meu que escreve no Póvoa à Semana.
Eia! Já tens amigos no Póvoa à Semana?
Como disse, o Correntes foi uma aposta ganha do Município.
Oh Tino num leves a mal eu perguntar isto. Já não tinha sido uma aposta ganha há nove anos?
Fico triste por me perguntares isso Buenos.
Outra vez Albertino!
Foi e é uma aposta ganha da autarquia.
E digo-te mais: foi incrível ver as pessoas, as pessoas repito, na rua atrás dos escritores, a puxar-lhes a roupa, a acariciar os escritores, a acompanhar os seus passos. Houve até pessoas que perseguiram os escritores, equipadas como se estivessem numa prova de competição. Incrível!
Na rua Tino?
Na rua Buenos.
Isso então parecia a Etiópia com as pessoas a pedirem pão para comer.
É isso mesmo Buenos. Agora disseste tudo. Notei que os poveiros estavam sedentos de cultura, sedentos de livros, sedentos de água, por isso a Póvoa transformou-se num mar de livros. Aliás, Buenos, o mar foi o grande protagonista deste nono Correntes.
O mar porquê? Queres queimar o Sargenor?
O mar é poesia, é letras, é sopa de letras, é caldos maggie e knorr. Oh! Agora senti uma veia poética.
Calma, calma! Cuidado que ainda te dá um viradinho!
Oh Tino! Explica aí como foi que correu a coisa?
Tudo começou com a conferência do Prof. Marcelo sob o título "Política e Livros". Mal chegou foi rodeado de público feminino, mal sabendo ele que tinha mijado nas calças.

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Num me digas!


É verdade. Depois foi o sucesso daquele escritor muito famoso, o Salvador Dali da Madeira, sempre perseguido por um seu admirador.

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Espectacular Tino!


E não só Buenos e não só. Repara que o Salvador mesmo mudando de indumentária foi, de imediato, identificado pelo seu admirador. Oh! É incrível.

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Está poreiro, sem dúvida.


Mais Buenos, mais. Tivemos escritores a escrever livros em directo, através da internet para todo o mundo, mostrando ao mundo que a literatura não tem fronteiras. Repara:

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Impressiona de facto Tino.


Num viste tudo. Os escritores a serem perseguidos na rua pelos seus admiradores, num intercâmbio estilo familiar, onde todos puderam interagir com todos, como uma espécie de família. Repara Buenos, repara. Oh!:

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E os escritores gastaram muita massa?
Oh, oh! Tivemos os restaurantes sempre cheios. Até, digo outra vez, até os autocarros da Linhares tiveram sucesso. O Paco, o escritor colombiano, estás a ver quem é?
A ver num estou. Paco é? Paco Fortes?
Não, não. Paco só.
Paco Só não conheço.
O Paco diz que devíamos fazer turismo religioso com os autocarros da Linhares, todos a cair de podres. Diz que faz lembrar os bairros de lata de Medellin. Já viste isto? Fabuloso. É uma aposta ganha.
E como é Tino? Achas que o Correntes tem espaço para crescer?
Esse foi o grande desafio do nono. Toda a gente dizia que num havia espaço para crescer, mas a Manuela Azevedo arranjou espaço.
Qual Manuela Azevedo? A que ladra nos clão?
Essa é a Ribeiro.
Até me confundes todo!
O que temos para fechar este Especial Correntes, Tino?
Temos crítica literária a cargo do contabilista.
Quem? O do PS?
Sim. O moço anda triste, pediu-me muito, o Bago até veio falar comigo a dizer que o homem estava no desemprego, só ganhava dinheiro a escrever artigos no Póvoa à Semana sobre o PS, e achei bem dar-lhe esta oportunidade.
Manda-o entrar que isto pra mim vai dar porrada.
Entra contabilista meu. Antão por onde tens andado?
Ando ali pela Junqueira.
Ai é? Antão andas bem. Num te metes em confusões, num andas no trânsito, nem és assaltado.
É. A Junqueira é poreira.
E antão diz o Tino que tens uma crítica literária?
É. Escrevi aqui uma coisa sobre o “Desmedida”.
Desmedida? Isso num é para mim ou é?
Não. É sobre o livro do Ruy de Carvalho.
Ah! Ruy? Acho que sei quem é. Num é aquele gajo que dava pancada na mulher?
Não.
Força antão.



CRÍTICA LITERÁRIA, POR CONTABILISTA



O meu amigo Bago leu-me este livro do Ruy de Carvalho que eu gostei muito da história. Gostei tanto que até me deu o soninho. Todos devem ler este livro. É obrigatório para todas as idades e digo mais:

cultura



Deus me livre! O Marco Paulo num diria melhor. Num é melhor escreveres sobre o teu PS? Sempre dava mais jeito.
Oh Tino pá! Como é que me trouxeste este gajo com crítica literária. Estragaste-me o Folha.
Oh pá, foi o Bago que recomendou.
Deixa-me ligar-lhe:
TRIIM TRIIM!
Está Bago?
Vago não, ocupado.
Ocupado?
Sim ocupado.
Antão num é o Bago?
É o Bago mas está ocupado.
Aqui é o Buenos home.
Desculpe patrão. Pensei que era o livreiro da Casa da Juventude.
Pá, que é isto da crítica literária do contabilista, meu?
Pá, ele veio prá aqui chorar que o Vergélio já num queria conversa porque dava muito nas vistas e eu disse-lhe: faz uma crítica literária, porque ele anda sempre a citar Richelieu e tal.
Estragaste-me o Folha meu.
É só uma vez Buenos. Tem pena do home pá!
Prontos, prontos. Num se fala mais nisso.
Tens algo mais a dizer sobre o Correntes Tino?
Está tudo.
Prontos poveiros aproveitem este banho de cultura que foi este Folha Municipal, especial Relatório e Contas.



Por Buenos,



Com a assessoria de Tino
















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